O colapso da autoridade imperial no Ocidente criou um vácuo a ser preenchido pela autoridade dos papas, que tinham progredido com firmeza de meros bispos de Roma para reivindicarem a autoridade suprema da igreja universal. No século V, eles assumiram o título de Pontifex Maximus, originalmente o mais alto sacerdócio dos reis romanos de outrora (um papel também exercido pelos antigos monarcas orientais), depois assumido por Augusto e os imperadores, vago agora pelo colapso da linhagem imperial. Embora estivessem interessados principalmente em estabelecer uma orientação espiritual unificada para os cristãos, os papas também disputavam com os novos governantes seculares da Europa feudal o controle total dos assuntos públicos. Esse cabo de guerra se prolongou durante séculos, ora um lado obtendo vantagem, ora outro.
NEWELL, Waller R. Tiranos - Uma História de Poder, Injustiça e Terror. Tradução de Mário Molina. São Paulo: Cultrix, 2019, p. 106-107.
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