sábado, 2 de dezembro de 2023

Secularismo após o Comunismo


No primeiro domingo depois da queda do Muro [de Berlim], Jan me contou que estava especialmente ansioso por ir à igreja em Berlim Oriental. Certamente seria um momento de grande alegria, de louvor e gratidão a Deus pela liberdade restaurada - a liberdade de adorar, de ensinar a Bíblia, e de evangelizar sem medo de punição. Mas quando chegou à igreja, ficou chocado ao encontrá-la praticamente vazia.

Por quê? Porque a maioria dos fiéis fora ao lado ocidental fazer compras.

- Agora eles vão ao supermercado em lugar de vir até nosso grande Deus, que nos libertou - lamentou o pastor com um suspiro.

Por mais triste que eu tenha ficado ao ouvir o relato de Jan, não culpo nem condeno esses cristãos. Se eu tivesse vivido nas sombras de Berlim Oriental todos aqueles anos, quem sabe fizesse o mesmo. Mas essa atitude serviu para lembrar-me de que o capitalismo não é uma boa alternativa ao comunismo se o Rei da glória não for convidado.    

ANDRÉ, Irmão. O Contrabandista de Deus - desafiando os limites da fé: a missão continua além da cortina de ferro. Tradução de Eduardo Pereira E. Ferreira. São Paulo: Missão Portas Abertas, 2020, p. 224.

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